domingo, 24 de fevereiro de 2013

Plano de Ensino 6º e 7º anos


ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ITAJUBÁ
CURSO: ENSINO FUNDAMENTAL
PROFESSOR: VITOR MARCELO VIEIRA


PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM


 1 OBJETIVO GERAL DO CURSO DE HISTÓRIA



Espera-se que ao longo do ensino fundamental os alunos gradativamente possam ampliar a compreensão de sua realidade, especialmente confrontando-a e relacionando-a com outras realidades históricas, e, assim, possam fazer suas escolhas e estabelecer critérios para orientar suas ações. Nesse sentido, os alunos deverão ser capazes de:
- identificar relações sociais no seu próprio grupo de convívio, na localidade, na região e no país, e outras manifestações estabelecidas em outros tempos e espaços;
- situar acontecimentos históricos e localizá-los em uma multiplicidade de tempos;
- reconhecer que o conhecimento histórico é parte de um conhecimento interdisciplinar;
- compreender que as histórias individuais são partes integrantes de histórias coletivas;
- conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles, continuidades e descontinuidades, conflitos e contradições sociais;
- questionar sua realidade, identificando problemas e possíveis soluções, conhecendo formas político-institucionais e organizações da sociedade civil que possibilitem modos de atuação;
- dominar procedimentos de pesquisa escolar e de produção de texto, aprendendo a observar e colher informações de diferentes paisagens e registros escritos, iconográficos, sonoros e materiais;
- valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade social, considerando critérios éticos;

  
2 JUSTIFICATIVA

Como se aprende História? Como se ensina História?
Não se aprende História apenas no espaço escolar. As crianças e jovens têm acesso a inúmeras informações, imagens e explicações no convívio social e familiar, nos festejos de caráter local, regional, nacional e mundial. São atentos às transformações e aos ciclos da natureza, envolvem-se com os ritmos acelerados da vida urbana, da televisão e dos videoclipes, são seduzidos pelos apelos de consumo da sociedade contemporânea e preenchem a imaginação com ícones recriados a partir de fontes e épocas diversas. Nas convivências entre as gerações, nas fotos e lembranças dos antepassados e de outros tempos, crianças e jovens socializam-se, aprendem regras sociais e costumes, agregam valores, projetam o futuro e questionam o tempo.
Rádio, livros, enciclopédias, jornais, revistas, televisão, cinema, vídeo e computadores também difundem personagens, fatos, datas, cenários e costumes que instigam meninos e meninas a pensarem sobre diferentes contextos e vivências humanas. Nos Jogos Olímpicos, no centenário do cinema, nos cinqüenta anos da bomba de Hiroshima, nos quinhentos anos da chegada dos europeus à América, nos cem anos de República e da abolição da escravidão, os meios de comunicação reconstituíram com gravuras, textos, comentários, fotografias e filmes, glórias, vitórias, invenções, conflitos que marcaram tais acontecimentos.
Os jovens sempre participam, a seu modo, desse trabalho da memória, que sempre recria e interpreta o tempo e a História. Apreendem impressões dos contrastes das técnicas, dos detalhes das construções, traçados das ruas, dos contornos das paisagens, dos desenhos moldados pelas plantações, do abandono das ruínas, da desordem dos entulhos, das intenções dos monumentos que remetem ora para o antigo, ora para o novo, ora para a sobreposição dos tempos. Tais fatores instigam-os a intuir, a distinguir e a olhar o presente e o passado com os olhos da História. Aprendem que há lugares para guarda e preservação da memória, como museus, bibliotecas, arquivos, sítios arqueológicos. Entre os muitos momentos, meios e lugares que sugerem a existência da História, estão, também, os eventos e os conteúdos escolares. Os jovens, as crianças e suas famílias agregam às suas vivências, informações, explicações e valores oferecidos nas salas de aula. É, muitas vezes, a escola que cria estímulos e significados para lembrar ou silenciar sobre este ou aquele evento, esta ou aquela imagem, este ou aquele processo.
Algumas das informações e questões históricas, adquiridas de modo organizado ou fragmentado, são incorporadas significativamente pelo adolescente, que as associa, relacionam, confronta e generaliza. O que se torna significativo e relevante consolida seu aprendizado. O que ele aprende fundamenta a construção e a reconstrução de seus valores e práticas cotidianas e as suas experiências sociais e culturais. O que o sensibiliza molda a sua identidade nas relações mantidas com a família, os amigos, os grupos mais próximos e mais distantes e com a sua geração. O que provoca conflitos e dúvidas estimula-o a distinguir, explicar e dar sentido para o presente, o passado e o futuro, percebendo a vida como suscetível de transformação. É preciso diferenciar, entretanto, o saber que os alunos adquirem de modo informal daquele que aprendem na escola. No espaço escolar, o conhecimento é uma reelaboração de muitos saberes, constituindo o que se chama de saber histórico escolar. Esse saber é proveniente do diálogo entre muitos interlocutores e muitas fontes e é permanentemente reconstruído a partir de objetivos sociais, didáticos e pedagógicos.


3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral: Perceber que o conhecimento do passado se transforma e se aperfeiçoa incessantemente e compreender o passado pelo presente e correlativamente o presente pelo passado.

3.2 Objetivos específicos
- utilizar fontes históricas em suas pesquisas escolares;
-Perceber que o objeto da História não é o passado; seu objeto é o homem, ou melhor, os homens, mais precisamente “homens no tempo”;
- Compreender que o tempo é o meio e a matéria concreta da história.


4 CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

6º ANO –

1º BIMESTRE
- Introdução aos estudos históricos;
- A História e o tempo (calendários, divisões do tempo);
- A História e o Homem;
- Os nossos antepassados, hominização e a ocupação do espaço geográfico;
- Pré-História (Paleolítico, neolítico, mesolítico e idade dos metais);
- Pré-história brasileira;
- O processo de formação dos primeiros aglomerados humanos e o surgimento das cidades.

2º BIMESTRE
-Civilizações Orientais: Mesopotâmia, Egito Antigo, África, Fenícia, Palestina, Pérsia, China, índia. Abordagens: localização e características geográficas. Organização política, cultural, social e econômica.

3º BIMESTRE
- Civilizações Ocidentais: a civilização grega. Abordagens: localização e características geográficas, organização política, cultural, social, econômico e legado para as sociedades atuais.

4º BIMESTRE
- Civilização Romana: abordagens: localização e características geográficas, organização política, cultural, social, econômico e legado para as sociedades atuais.


7º ANO

1º BIMESTRE
- A transição da Idade Antiga para a Idade Média:
* Queda do Império Romano no Ocidente;
- Os Bárbaros:
* O Império Carolíngio;
* O Reino Franco;
* O Feudalismo (formação, sociedade, declínio, poder da Igreja, cruzadas);
- Contrastes entre o mundo muçulmano e a Europa cristã (religião, comércio, política).

2º BIMESTRE
- O Renascimento comercial e urbano na Europa;
- Formação das Monarquias Nacionais na França, Inglaterra, Portugal e Espanha;
- Renascimento Cultural.

3º BIMESTRE
- A Reforma Religiosa (luteranismo, calvinismo, anglicanismo);
- A Contra-reforma;
- As grandes navegações (Espanha, Portugal, França, Inglaterra e Holanda);
- Os povos pré-colombianos (Maias, Astecas, Incas);
- Abordagens: localização e características geográficas, organização política, cultural, social, econômico e legado para as sociedades atuais.

4º BIMESTRE
- Colonização e administração da América Espanhola;
- Povos indígenas brasileiros;
- A ocupação e colonização do Brasil (mão-de-obra indígena e africana);
- A administração portuguesa no Brasil (capitanias hereditárias, governo-geral).


5 METODOLOGIA

De modo geral, os conhecimentos históricos tornam-se significativos para os estudantes, como saber escolar e social, quando contribuem para que eles reflitam sobre suas vivências e suas inserções históricas. Por essa razão, é fundamental que aprendam a reconhecer costumes, valores e crenças em suas atitudes e hábitos cotidianos e nas organizações da sociedade; a identificar os comportamentos, as visões de mundo, as formas de trabalho, as formas de comunicação, as técnicas e as tecnologias em épocas datadas; e a reconhecer que os sentidos e significados para os acontecimentos históricos e cotidianos estão relacionados com a formação social e intelectual dos indivíduos e com as possibilidades e os limites construídos na consciência de grupos e de classes.
Assim o trabalho com diferenças e semelhanças, bem como continuidades e descontinuidades, tem o objetivo de instigá-los à reflexão, à compreensão e à participação no mundo social. É tarefa do professor criar situações de ensino para os alunos estabelecerem relações entre o presente e o passado, o particular e o geral, as ações individuais e coletivas, os interesses específicos de grupos e as articulações sociais. Podem ser privilegiadas as seguintes situações didáticas:
- questionar os alunos sobre o que sabem quais suas idéias, opiniões, dúvidas e/ou hipóteses sobre o tema em debate e valorizar seus conhecimentos;
- propor novos questionamentos, fornecer novas informações, estimular a troca de informações, promover trabalhos interdisciplinares;
- desenvolver atividades com diferentes fontes de informação (livros, jornais, revistas, filmes, fotografias, objetos etc.) e confrontar dados e abordagens;
- trabalhar com documentos variados como sítios arqueológicos, edificações, plantas urbanas, mapas, instrumentos de trabalho, objetos cerimoniais e rituais, adornos, meios de comunicação, vestimentas, textos, imagens e filmes;
- ensinar procedimentos de pesquisa, consulta em fontes bibliográficas, organização das informações coletadas, como obter informações de documentos, como proceder em visitas e estudos do meio e como organizar resumos;
- promover estudos e reflexões sobre a diversidade de modos de vida e de costumes que convivem na mesma localidade;
- promover estudos e reflexões sobre a presença na atualidade de elementos materiais e mentais de outros tempos e incentivar reflexões sobre as relações entre presente e passado, entre espaços locais, regionais, nacionais e mundiais;
- debater questões do cotidiano e suas relações com contextos mais amplos;
- propor estudos das relações e reflexões que destaquem diferenças, semelhanças, transformações, permanências, continuidades e descontinuidades históricas;
- identificar diferentes propostas e posições defendidas por grupos e instituições para solução de problemas sociais e econômicos;
- propor aos alunos que organizem suas próprias soluções e estratégias de intervenção na realidade (organização de regras de convívio, atitudes e comportamentos diante de questões sociais, atitudes políticas individuais e coletivas etc.);
- distinguir diferentes padrões de medidas de tempo, trabalhar com a idéia de durações e ritmos temporais e construir periodizações para os temas estudados;
- solicitar resumos orais ou em forma de textos, imagens, gráficos, linhas do tempo, propor a criação de brochuras, murais, exposições e estimular a criatividade expressiva.
É importante que o professor sempre explicite sua proposta de trabalho para os estudantes e retome, algumas vezes, a proposta inicial a fim de que eles possam decidir sobre novos procedimentos no decorrer das atividades. Assim, por exemplo, é a problemática inicial que orienta a escolha das fontes de informação que são mais significativas. Entre as pesquisas realizadas, algumas podem ser descartadas e outras confrontadas em um processo de avaliação da importância de suas informações. Imagens podem ser selecionadas entre as muitas recolhidas, para reforçarem argumentos defendidos ou por revelarem situações não imaginadas. Textos sobre episódios do passado podem ser organizados para demonstrarem a especificidade no modo de pensar da época e exemplificarem conflitos entre grupos sociais.


6 AVALIAÇÃO

No processo de avaliação é importante considerar o conhecimento prévio, as hipóteses e os domínios dos alunos e relacioná-los com as mudanças que ocorrem no processo de ensino e aprendizagem. O professor deve identificar a apreensão de conteúdos, noções, conceitos, procedimentos e atitudes como conquistas dos estudantes, comparando o antes, o durante e o depois. A avaliação não deve mensurar simplesmente fatos ou conceitos assimilados. Deve ter um caráter diagnóstico e possibilitar ao educador avaliar o seu próprio desempenho como docente, refletindo sobre as intervenções didáticas e outras possibilidades de como atuar no processo de aprendizagem dos alunos.


REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec; Brasília: Universidade de Brasília, 1987.

BENJAMIN, W. Sobre o conceito da História. In: Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. 3. ed. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BRAUDEL, F. História e Ciências Sociais. Trad. Rui Nazaré. 5. ed. Lisboa: Presença,
1986.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. Trad. Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 1994.

CHARTIER, R. A História cultural: entre práticas e representações. Trad. Maria Manuela

ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1993. (sinopse) pp. 193-249.

FERRO, M. Há uma visão fílmica da história? In: Uma lição de História de Fernand Braudel.

HOBSBAWM, E. Nações e nacionalismo desde 1780. Programa, mito e realidade. Trad. Maria Célia Paoli e Anna Maria Quirino. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

HOBSBAWM, E. e RANGER, T. A invenção da tradição. Trad. de Celina Cardim
Cavalcante. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

HUNT, L. A nova História cultural. Trad. Jefferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes,
1992.

LE GOFF, J. História e memória. Trad. Bernardo Leitão et alii. Campinas: Unicamp, 1990.

LEFEBVRE, H. A vida cotidiana no mundo moderno. Trad. Alcides João de Barros. São
Paulo: Ática, 1991.

LE GOFF. Jacques. As raízes medievais da Europa. Petrópilis: Vozes, 2007.


Nenhum comentário:

Postar um comentário