segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O sistema capitalista é expansivo, por vezes expande (contrata) por vezes retrai (demite).

"No sistema capitalista o trabalhador não é eliminado, mas está à mercê do sistema, pois, o capitalismo promove crise porque é expansivo, ou seja, sua própria dinâmica social é expansiva. Um bom exemplo podemos encontrar na notícia publicada no site do yahoo nesta segunda-feira dia 30 de dezembro de 2013 à respeito das demissões promovidas pela General Motors":



GM demite funcionários da fábrica de São José dos Campos por telegrama


A General Motors demitiu, no último sábado (28), funcionários da fábrica de São José dos Campos, em São Paulo. A empresa não divulgou o número de demissões, mas confirmou em nota que está encerrando as atividades da linha de montagem de veículos de passageiros.
Os funcionários receberam um telegrama informando sobre os cortes. Segundo a montadora, o encerramento das atividades já estava previsto no acordo trabalhista de 28 de janeiro de 2013 com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
“É importante lembrar que a GM, desde 2008, negociou com o sindicato novos investimentos que permitiriam a aprovação de novos projetos para a fábrica, chegando inclusive a contar com o apoio da sociedade civil joseense, mas não obteve sucesso. Foram usadas todas as alternativas trabalhistas, como férias coletivas, planos de demissão voluntária, lay off e licença remunerada, para minimizar impactos para nossos trabalhadores.” Em agosto, a montadora decidiu fechar a fábrica de São José dos Campos, pois a produção do modelo Classic não era viável. Porém, pouco tempo depois, a companhia voltou atrás e decidiu manter a produção do carro no local, após negociações com o sindicato. “Diante disso e com o objetivo de viabilizar seu programa de investimentos no Brasil, a empresa optou por aprovar os novos projetos previstos no plano para renovação do portfólio, no valor de R$ 5,7 bilhões, para as outras unidades que mantem no país”, informou em nota. As unidades que a GM se refere são as de São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS), que foram modernizadas, ampliadas e receberam cinco novos modelos, a construção do complexo de Joinville (SC) para produção de motores e cabeçotes e investimentos complementares na fábrica de Mogi das Cruzes (SP) e no Centro Logístico Chevrolet de Sorocaba (SP).

REFERÊNCIA

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Visita histórica ao Palácio do Catete no Rio de Janeiro

Visita histórica ao Palácio do Catete, residência oficial de Getúlio Vargas e outros presidentes anteriores do período da Velha República

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

UM DOS CURSOS MAIS IMPORTANTES DE MINHA VIDA

Terminou o período de aulas do curso de graduação em Sociologia-licenciatura plena. Foram quatro anos de muita luta, de muita satisfação. Aliado ao conhecimento que já possuía do curso de História, entre 2004 e 2008 na Unochapecó, a Sociologia me aprofundou ainda mais. Fico muito feliz, pois amo a História, amo a Sociologia. Não tenho dúvidas de que o conhecimento até agora nesses cursos, além da especialização em Educação e do Mestrado em História, cada vez me trazem a ideia da eternidade. 
Essa saga permanecerá viva, pois quando eu não estiver mais nesse mundo, a minha obra ficará e sei que meu legado e minha vida ficará presente na vida de muitas pessoas. Afirmo isso, porque recentemente tive demonstração de carinho que encorajam a seguir em frente e sei que ficarei na mente dessas pessoas, assim como elas estarão sempre em minha lembrança. Em 2014 vou pensar no projeto do doutorado e a saga continua em direção à eternidade...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ADIN QUESTIONA DOAÇÕES DE EMPRESAS PARA CAMPANHAS POLÍTICAS

STF começa julgar ação de inconstitucionalidade (ADIN) da OAB que questiona doações de empresas às campanhas políticas.
MARCELO COELHO - DE SÃO PAULO - 12/12/2013 - 03h50 -http://www1.folha.uol.com.br/poder/ 
Empresas podem fazer doações a candidatos? Pela legislação atual, sim. O sistema traz distorções? Com certeza.
Dos R$ 6 bilhões arrecadados nas eleições de 2010, 97% vieram de contribuições feitas por pessoas jurídicas. Pesquisas demonstram, ademais, que, quanto mais dinheiro recebe um candidato, maior sua chance de se eleger. O custo médio de um deputado federal está em R$ 1 milhão, e o de um senador é quatro vezes mais.
A exposição foi feita em menos de dez minutos, pela advogada Aline Osório, no início da sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal.
Seria o caso de propor uma reforma política no Congresso, para diminuir ou regular os gastos eleitorais? Para outro orador da sessão de ontem, isso seria irrealista: a cobra nunca morde a mão que a alimenta.
O autor da frase, bastante expressiva mas sem maior relevância jurídica, foi Bruno Collares Alves, falando em nome do PSTU. Assim como Aline Osório, ele era um dos "amici curiae", termo que designa partes interessadas num processo, às quais é concedido o direito de fazer sustentação num tribunal.
Outros debatedores não recorreram a raciocínio tão extremado. Raimundo Aragão falou em nome do Movimento Contra a Corrupção, que agrega associações recém-saídas do sucesso obtido com a aprovação da Lei da Ficha Limpa.
Ao contrário do que aconteceu na Ficha Limpa, explicou, torna-se desnecessário propor uma nova lei para proibir doações de empresas. Basta fazer o que já está previsto na Carta de 1988.
Era também este o argumento da Ordem dos Advogados do Brasil, que propôs a ação no Supremo Tribunal. Afinal, a Constituição estabelece que todo poder emana do povo. Povo nada mais é que o conjunto dos indivíduos, dos cidadãos.
Uma empresa, uma pessoa jurídica, não é um indivíduo. Não tem o direito de votar, por exemplo. Não deveria ter, por conseguinte, o direito de financiar campanhas políticas. Que um empresário faça isso é uma coisa. Que uma pessoa jurídica faça o mesmo --isso seria inconstitucional. Revogue-se, portanto, a lei que permite esse tipo de coisa.
No campo oposto, estava a Advocacia Geral da União. A sustentação de Luís Inácio Adams foi a mais fraca e desconjuntada da tarde. O advogado-geral lembrou que, em grandes democracias como a Inglaterra e os Estados Unidos, era permitida a doação de empresas a candidatos.
Joaquim Barbosa corrigiu na hora a afirmação: isso é proibido nos EUA. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e mais tarde Luiz Fux, reforçaram o ponto de Barbosa.
O advogado-geral tentou outros caminhos. Vejam, a igualdade absoluta não existe. Um empresário tem mais dinheiro a doar do que um assalariado qualquer. Partidos com mais votos têm mais tempo na televisão. Um candidato como Enéas teve ampla votação com mínimos recursos...
O presidente do STF não conseguia engolir tais raciocínios. A questão era puramente constitucional: pessoas jurídicas têm direitos políticos, como o de financiar um candidato, ou não? Barbosa apoiava a tese da OAB.
Luiz Fux, relator do processo, foi na mesma linha. Condenou o financiamento empresarial de todos os ângulos possíveis, alternando entusiasmo e técnica, empirismo prático e teoria alemã.
Nenhum ponto constitucional seria atingido pela proibição desse financiamento, acrescentou. Fux ganhou um aparte favorável de Dias Toffoli, que mal se continha ao longo do julgamento: sabemos bem a ideologia que essas empresas representam...
Tirania do poder econômico, ultraje à igualdade política, plutocratização do sistema, rabo preso dos representantes: Fux ia longe no seu voto, e não só na questão das empresas. Defendeu que também se limitem as doações de pessoas físicas e até o uso de recursos dos candidatos nas próprias campanhas.
Teori Zavascki pediu vista do processo; mas nada impediu um cansado Joaquim Barbosa de anunciar ainda ontem seu voto, apoiando e radicalizando alguns detalhes de Fux, com críticas maiores ao Congresso.

Trata-se de evitar o "toma lá, dá cá", resumiu. Se o STF seguir essa tendência, é provável que a dureza de suas decisões no mensalão acabe parecendo fichinha no futuro.

sábado, 7 de dezembro de 2013




Momentos históricos da Primeira Guerra Mundial retratados em vídeo da Cinecittá, cinema italiano.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Geração Canguru"

Entre os fenômenos de destacados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chama a atenção o crescimento da chamada “geração canguru”, termo usado para designar jovens de 25 a 34 anos que ainda vivem na casa dos pais. De 2002 a 2012, a proporção de jovens neste segmento passou de 20% para 24%.
A coordenadora da pesquisa, Ana Lúcia Saboia, diz que o fenômeno, recente e ainda pouco estudado no Brasil, vem seguindo uma tendência já observada nos países da Europa e pode ajudar a entender as mudanças ocorridas nas famílias no País.
A decisão de morar com os pais, segundo Saboia, pode se basear em justificativas e explicações diversas que envolvem desde questões financeiras (desemprego, custo habitacional), às questões psicológicas (comodismo, a chamada Síndrome de Peter Pan) e mesmo sociodemográficas (queda da taxa de fecundidade, aumento da idade ao casar, aumento do número de divórcios e separações conjugais), envolvendo diferentes graus de dependência econômica e familiar.
Porém, a questão central que recai sobre essa nova “geração” é que a opção de morar com os pais é feita de forma voluntária, uma vez que esses jovens possuem rendimentos e, no geral, alto grau de escolaridade. “Isso é fruto de vários adiamentos. Adiamento da idade para casar, do momento de ter filhos, de deixar a escola”, explica.
A geração canguru é formada 60% por homens e é maior na região Sudeste – 26,7% - , contra os 15,9% observados na região Norte. Outra diferenciação importante dentro desde fenômeno é a renda. Do total de jovens em arranjos familiares com parentesco, cerca de 11,5% possuíam filhos entre 25 e 34 em casa. Nos arranjos com renda per capita de até meio salário mínimo este número passa para 6,6%, chegando a 15,3% nas famílias com renda entre dois a três salários mínimos per capita.

domingo, 13 de outubro de 2013

Análise sobre avanços sociais nos governos do PT e PSDB

A seguinte matéria foi publicada no site do Yahoo no dia 13 de outubro, acessado às 09:45. Penso que seja interessante para analisar as lutas ideológicas estabelecidas entre os partidos políticos no Brasil:

"BRASÍLIA - Os especialistas em políticas sociais do PT e do PSDB fazem análises diferentes dos avanços obtidos de parte a parte nas duas últimas décadas. Professor da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo, que é ligada ao PT, o economista Márcio Pochmann avalia, por exemplo, que o aumento no consumo de bens como geladeira, televisão e máquina, ocorrido nas duas décadas, ainda que em níveis distintos, tem razões diferentes:
- Nos anos 90, a modernização se deu pela abertura comercial, que fez com que tivéssemos a entrada de muitos produtos importados baratos, associados à estabilização monetária. Não houve necessariamente o efeito renda. Tivemos um déficit comercial violento a partir de 1996. Na década de 2000, o efeito se deu mais por emprego, renda e crédito. E por ter sido o efeito emprego renda o impacto na desigualdade, e na pobreza foi maior.
Ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) durante o governo Lula, Pochmann considera que o posicionamento do governo do PT em relação ao salário mínimo e às leis trabalhistas foi decisivo para obter o avanço na renda e na formalização do emprego:
- Embora os empregos fossem de menor remuneração, ela subiu por causa do aumento do salário mínimo. Teve também um fato diferente que foi o ativismo sindical. O resultado dos acordos coletivos na década de 1990 foi pior, enquanto no governo Lula os salários subiram acima da inflação. Nos anos 1990, a lógica nas relações de trabalho era de flexibilização, havia uma quantidade enorme de empregos terceirizados e a perspectiva de mudar a CLT, o que levou a um crescimento da informalidade. A partir de 2003, a perspectiva foi de aumentar a fiscalização e houve intenção clara do governo de que a CLT não seria alterada e que os contratos deveriam ser feitos com base na CLT.
'Núcleo duro da exclusão'
O professor afirma também que os méritos nos avanços educacionais não são exclusivos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:
- Acredito que a responsabilidade maior tenha sido da Constituição de 1988, que estabeleceu as condições concretas para que o Brasil pudesse buscar a universalidade ao menos no ensino fundamental. No governo Lula, está praticamente atendida - afirma, fazendo raciocínio semelhante em relação ao avanço nos serviços: - É preciso analisar com detalhe, mas na medida em que vai atendendo a todos, o que falta é o núcleo duro da exclusão. Possivelmente é mais fácil avançar o saneamento em cidades médias e grandes do que em municípios mais distantes.
Coordenador de políticas sociais do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, o deputado Eduardo Barbosa (MG) ressalta a importância de se demonstrar que os avanços em boa parte dos setores teve início ainda na década de 1990:
- O que a gente precisa desmistificar é a ideia de que o Brasil começou a partir do governo Lula. Isso é mentira. Os números mostram uma consequência de resultados que começaram lá atrás e que possibilitaram um planejamento de políticas públicas universais, na Educação e na Saúde, que trouxeram impacto na vida das pessoas.
Na avaliação do tucano, embora os indicadores de desigualdade tenham caído nos últimos anos, é preciso se criar uma nova visão sobre o que é a pobreza. E destaca a importância dos serviços básicos de saneamento e abastecimento de água, que evoluíram na gestão tucana, para melhorar as condições de vida dos mais pobres:
- Temos de ampliar o conceito de pobreza. Não podemos dar uma falsa impressão para a sociedade e para a população que precisa da política de transferência de renda. A situação de pobreza não pode estar centrada no foco de renda per capita. Esse conceito depende de políticas estruturantes, como saneamento.
Estabilização da moeda
Assim como Pochmann, no entanto, Barbosa considera que os avanços obtidos nos governos do PT em relação à redução do desemprego não podem ser creditados apenas aos méritos do ex-presidente Lula, mas sim à estabilização da moeda no governo Fernando Henrique:
- A questão da estabilidade econômica possibilitou a empregabilidade com ascendência. É consequência, ninguém gera emprego da noite para o dia. Os dados mostram que não foram muitas vezes os investimentos públicos que geraram esse emprego. (Paulo Celso Pereira)"

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Tecnologia Dolby

O americano Ray Dolby, criador da tecnologia "surround", morreu nesta quinta-feira, aos 80 anos, em sua residência em San Francisco, anunciou sua empresa, a Dolby Laboratories.
Dolby sofria do Mal de Alzheimer e foi diagnosticado em julho passado de uma leucemia aguda, disse a empresa em um comunicado.
"Hoje perdemos um amigo, um mentor e um verdadeiro visionário", disse Kevin Yeaman, presidente de Dolby Laboratories.
"Dolby fundou a companhia (em 1965) com o compromisso de criar inovação e com a crença de que investindo nas pessoas e lhes dando as ferramentas elas criarão grandes coisas".
Nascido em Portland, Oregon, em 1933, Dolby trabalhou em vários projetos de áudio e instrumentação e dirigiu o desenvolvimento do primeiro sistema de gravação em fita, na Ampex Corp.
Ao fundar sua empresa, Dolby se concentrou em desenvolver sistemas de som, a exemplo do "surround", que serviu de base para muitas das modernas tecnologias de áudio.
Durante sua vida, Dolby registrou mais de 50 patentes nos Estados Unidos e, atualmente, milhares de filmes e bilhões de produtos eletrônicos usam a tecnologia de som Dolby.
Dolby deixa a mulher, Dagmar, os filhos Tom e David, e quatro netos.

sábado, 31 de agosto de 2013

A classe dominante quer manter o país no conservadorismo para manter sua hegemonia

O texto a seguir apresenta uma visão interessante, 


sobre a chegada dos médicos cubanos ao Brasil. Ele 


deixa claro que uma classe burguesa histórica 


desse 


país, não aceita perder seus privilégios, 


conquistados sobre o sangue e o suor das classes 


mais pobres do Brasil. As pessoas precisam 


entender o que está acontecendo. Uma elite 


dirigente burguesa desse país quer deter o poder 


econômico e não estender a cidadania e a 


dignidade 


para a população pobre, pois isso seria um risco 


para seus interesses. No entanto são contra que 


ações do Estado atendem ao cidadão popular. 


Leiam a reportagem e tirem suas conclusões.


O debate sobre a chegada de médicos cubanos é vergonhoso.

Do ponto de vista da saúde pública, temos um quadro conhecido. Faltam médicos em milhares de cidades brasileiras, nenhum doutor formado no país tem interesse em trabalhar nesses lugares pobres, distantes, sem charme algum – nem aqueles que se formam em universidades públicas sentem algum impulso ético de retribuir alguma coisa ao país que lhes deu ensino, formação e futuro de graça. 
Respeitando o direito individual de cada pessoa resolver seu destino, o governo Dilma decidiu procurar médicos estrangeiros. Não poderia haver atitude mais democrática, com respeito às decisões de cada cidadão. 
 
O Ministério da Saúde conseguiu atrair médicos de Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai. Mas continua pouco. Então, o governo resolveu fazer o que já havia anunciado: trazer médicos de Cuba. 
 
Como era de prever, a reação já começou.
 
E como eu sempre disse neste espaço, o conservadorismo brasileiro não consegue esconder sua submissão aos compromissos nostálgicos da Guerra Fria, base de um anticomunismo primitivo no plano ideológico e selvagem no plano dos métodos. É uma turma que se formou nesta escola, transmitiu a herança de pai para filho e para netos. Formou jovens despreparados para a realidade do país, embora tenham grande intimidade com Londres e Nova York. 
 
Hoje, eles repetem o passado como se estivessem falando de algo que tem futuro. 
 
Foi em nome desse anticomunismo que o país enfrentou 21 anos de treva da ditadura. E é em nome dele, mais uma vez, que se procura boicotar a chegada dos médicos cubanos com o argumento de que o Brasil estará ajudando a sobrevivência do regime de Fidel Castro. Os jornais, no pré-64, eram boicotados pelas grandes agencias de publicidade norte-americanas caso recusassem a pressão americana favorável à expulsão de Cuba da OEA. Juarez Bahia, que dirigiu o Correio da Manhã, já contou isso. 
 
Vamos combinar uma coisa. Se for para reduzir economia à política, cabe perguntar a quem adora mercadorias baratas da China Comunista: qual o efeito de ampliar o comércio entre os dois países? Por algum critério – político, geopolítico, estético, patético – qual país e qual regime podem criar problemas para o Brasil, no médio, curto ou longo prazo?
 
Sejamos sérios. Não sou nem nunca fui um fã incondicional do regime de Fidel. Já escrevi sobre suas falhas e imperfeições. Mas sei reconhecer que sua vitória marcou uma derrota do império norte-americano e compreendo sua importância como afirmação da soberania na América Latina.
 
Creio que os problemas dos cidadãos cubanos, que são reais, devem ser resolvidos por eles mesmos.
 
Como alguém já lembrou: se for para falar em causas humanitárias para proibir a entrada de médicos cubanos, por que aceitar milhares de bolivianos que hoje tocam pedaços inteiros da mais chique indústria de confecção do país? 
 
Denunciar o governo cubano de terceirizar seus médicos é apenas ridículo, num momento em que uma parcela do empresariado brasileiro quer uma carona na CLT e liberar a terceirização em todos os ramos da economia. Neste aspecto, temos a farsa dentro da farsa. Quem é radicalmente a favor da terceirização dos assalariados brasileiros quer impedir a chegada, em massa, de terceirizados cubanos. Dizem que são escravos e, é claro, vamos ver como são os trabalhadores nas fazendas de seus amigos. 
 
Falar em democracia é um truque velho demais. Não custa lembrar que se fez isso em 64, com apoio dos mesmos jornais que 49 anos depois condenam a chegada dos cubanos, erguendo o argumento absurdo de que eles virão fazer doutrinação revolucionária por aqui. Será que esse povo não lê jornais? 
 
Fidel Castro ainda tinha barbas escuras quando parou de falar em revolução. E seu irmão está fazendo reformas que seriam pura heresia há cinco anos.
 
O problema, nós sabemos, não é este. É material e mental. 
 
Nossos conservadores não acharam um novo marqueteiro para arrumar seu discurso para os dias de hoje. São contra os médicos cubanos, mas oferecem o que? Médicos do Sírio Libanês, do Einstein, do Santa Catarina? 
 
Não. Oferecem a morte sem necessidade, as pragas bíblicas. Por isso não têm propostas alternativas nem sugestões que possam ser discutidas. Nem se preocupam. Ficam irresponsavelmente mudos. É criminoso. Querem deixar tudo como está. Seus médicos seguem ganhando o que podem e cada vez mais. Está bem. Mas por que impedir quem não querem receber nem atender? 
 
Sem alternativa, os pobres e muito pobres serão empurrados para grandes arapucas de saúde. Jamais serão atendidos, nem examinados. Mas deixarão seu pouco e suado dinheiro nos cofres de tratantes sem escrúpulos. 
 
Em seu mundo ideal, tudo permanece igual ao que era antes. Mas não. Vivemos tempos em que os mais pobres e menos protegidos não aceitam sua condição como uma condenação eterna, com a qual devem se conformar em silêncio. Lutam, brigam, participam. E conseguem vitórias, como todas as estatísticas de todos os pesquisadores reconhecem. Os médicos, apenas, não são a maravilha curativa. Mas representam um passo, uma chance para quem não tem nenhuma. Por isso são tão importantes para quem não tem o número daquele doutor com formação internacional no celular.
 
O problema real é que a turma de cima não suporta qualquer melhoria que os debaixo possam conquistar. Receberam o Bolsa Família como se fosse um programa de corrupção dos mais humildes. Anunciaram que as leis trabalhistas eram um entrave ao crescimento econômico e tiveram de engolir a maior recuperação da carteira de trabalho de nossa história. Não precisamos de outros exemplos. 
 
Em 2013, estão recebendo um primeiro projeto de melhoria na saúde pública em anos com a mesma raiva, o mesmo egoísmo. 
 
Temem que o Brasil esteja mudando, para se tornar um país capaz de deixar o atraso maior, insuportável, para trás. O risco é mesmo este: a poeira da história, aquele avanço que, lento, incompleto, com progressos e recuos, deixa o pior cada vez mais distante. 
 
É por essa razão, só por essa, que se tenta impedir a chegada dos médicos cubanos e se tentará impedir qualquer melhoria numa área em que a vida e a morte se encontram o tempo inteiro. 
 
Essa presença será boa para o povo. Como já foi útil em outros momentos do Brasil, quando médicos cubanos foram trazidos com autorização de José Serra, ministro da Saúde do governo de FHC, e ninguém falou que eles iriam preparar uma guerrilha comunista. Graças aos médicos cubanos, a saúde pública da Venezuela tornou-se uma das melhores do continente, informa a Organização Mundial de Saúde. Também foram úteis em Cuba. 
 
Os inimigos dessas iniciativas temem qualquer progresso. Sabem que os médicos cubanos irão para o lugar onde a morte não encontra obstáculo, onde a doença leva quem poderia ser salvo com uma aspirina, um cobertor, um copo de água com açúcar. Por isso incomodam tanto. Só oferecem ameaça a quem nada tem a oferecer aos brasileiros além de seu egoísmo.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Políticas neoliberais causam insegurança e "flexibilização".

O catedrático de Estudos do Desenvolvimento da Universidade de Londres, Guy Standing (Londres, 1948), publicou um ensaio que estripa os segredos da transformação social que está ocorrendo nos países mais desenvolvidos que, apesar de estar se configurando há décadas, com a explosão da crise financeira se acelerou "de modo catastrófico".


"O Precariado, uma nova classe social" desvenda os segredos desta recente sociedade dominada pelo nascimento de um coletivo "que não encontra respostas e que não se identifica com nenhum outro grupo estabelecido", declarou Standing em entrevista à Agência Efe.

Dominado por contratos temporários, insegurança e o temor constante de perder o emprego, o precariado se viu obrigado a mudar de mentalidade, na qual o pensamento cortoplacista, o estresse e o medo de perder o nível de vida substituíram a vontade de desfrutar o tempo livre.

O precariado não é só produto de retalhos desalinhavados, é um coletivo infectado por uma doença endêmica dos países mais desenvolvidos: o déficit político e o suicídio do estado do bem-estar, que agora não permite diferenciar o trabalhador médio dos demais.

Os cortes e a era de austeridade, bandeira da maioria dos governos europeus, provocaram o renascimento de partidos neofascistas que empregam discursos de ódio como força motriz de suas campanhas políticas e que, nas palavras de Standing, acabarão com todo o conhecido.

"São discursos que prometem 'felicidade' a uma 'maioria' e culpam a minoria por erros do próprio governo, cimentados no medo e produtos de uma classe política sem escrúpulos", continuou Standing, que assegurou que esta tendência terminará por desaparecer.

Discursos populistas que se mostram "hostis com os imigrantes, os homossexuais, inconformistas e, seguramente, com você e comigo, mais cedo ou mais tarde", opinou.

Os jovens enganados

Mas a situação precária também afeta os universitários formados, muitos dos quais se sentem "enganados" por terem entrado em um sistema que lhes prometia trabalho certo e que, no entanto, lhes joga ao desemprego.

"Obviamente trabalhar em um supermercado não é o emprego da minha vida, mas é o único que posso aspirar nesta situação", disse à Efe Francisco, estudante espanhol prestes a se formar em Biologia na Universidade Complutense de Madri, que após quatro meses em uma rede de supermercados retornou ao desemprego.

"Estudo apenas duas disciplinas ao ano enquanto trabalho para poder pagar o crédito da universidade que sobe a cada ano", afirmou  outro estudante. Universitários em trabalhos sem vocação, bolsistas sem garantias, e adultos incapazes de abandonar a casa dos pais por medo da incerteza também fazem parte do precariado.

"Uma juventude frustrada que acredita que comprou um bilhete de loteria quando foi exigida a estudar para construir uma carreira", comentou Standing. Para o economista, estes jovens são as principais vítimas da crise, que convivem submetidos a pressões psicológicas. 

O precário está vivendo uma nova doutrina de choque. Aversão, frustração e alienação são outros dos sentimentos dominantes do precariado.

No entanto, trabalhar sem receber ou receber muito pouco não lhes transforma em precários. Deste modo, Standing diferencia os estagiários e os demais trabalhadores. "O estagiário está lavrando seu futuro, é consciente dos abusos que sofre, mas o aceita porque é a única maneira de progredir em seu trabalho", explicou Standing no livro.

Enquanto para uns o trabalho temporário é uma oportunidade de fazer carreira, para outros é uma forma de morrer na tentativa. Muitos identificarão esta situação com o arcaico período industrial e acharão que o precariado recupera o sentido de proletariado, mas não poderiam estar mais longe da realidade.

Revolucionar o futuro


O proletariado era um "privilegiado" com relação ao precariado. Tinha certa segurança em seu posto de emprego e renunciava aos direitos sociais em troca de um trabalho fixo que lhe permitisse experimentar um aumento de seu nível de vida.

No entanto, "o precariado sofre toda a pressão da flexibilidade salarial: salário baixo, variável e imprevisível", escreveu Standing sobre uma classe social que não sabe onde estará amanhã.

"A insegurança crônica que vive submete o precariado a um estado de ansiedade constante, está alienado porque não trabalha no que deseja e está furioso com uma sociedade que lhe apresenta um futuro sem futuro", destacou Standing.

No entanto, não é momento para a compaixão. Todas as revoluções sociais se cimentaram sobre a ira e a dor e, desde 2011, os movimentos revolucionários ressuscitaram em vários países.

"A energia das ruas é o motor do progresso", assinalou Standing. Desde as primaveras árabes até os indignados de Madri, todos eles batalham contra a precariedade, imposta a golpe de ferro em todos os países do mundo, lutam por políticas progressivas às quais Standing define como "políticas do paraíso".

Antes símbolo dos países mais subdesenvolvidos, a pobreza social chegou aos motores industriais, ao coração do mundo. "Um dos principais motivos pelos quais o precariado surgiu nos países mais industrializados foram as pressões exercidas pelo crescimento de estados como China e Índia, países dominados pelo precariado", explicou Standing.

Este sistema terminou com o princípio de solidariedade social, se é que alguma vez existiu, embora Standing considere que está se iniciando um processo de transformação "global", que propiciará a "criação de uma agenda progressista que recolherá as reivindicações do precariado."

Alguns poderiam crer que "O precariado, uma nova classe social" é outro livro nascido das entranhas da crise. Mas este ensaio sociológico reflete o nascimento de um coletivo que já tomou forma. Para Standing, todos somos precariados e esta realidade "nos permite deixar para trás a vergonha para dizer orgulhosamente que nós também fizemos parte deste grupo".

domingo, 14 de julho de 2013

Intervir na realidade é prática docente


A luta por uma lei justa também é prática pedagógica e exemplo para nossos alunos. Muitas vezes uma luta cidadã se torna mais aproveitável do que uma aula entre quatro paredes. Quanto aos erros de escrita, sim é importante escrever certo, mas não é o mais importante. É necessário ter uma compreensão crítica da realidade. Ler é muito importante e se você lê, compreende, produz conhecimento, pesquisa, escreverá certo sim. Mas a luta pela valorização do magistério deve seguir. Está só começando uma revolução na educação. Sou esperançoso como Paulo Freire. "A mudança é possível", dizia ele. Não podemos analisar essa luta com reducionismos de que tudo é partidarização. Não acredito nisto. Não podemos analisar que todos pensam assim. Por mais é isso. Abraços a todos.


Prof. Vitor Marcelo Vieira - Mestre em História

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Imagens da Primavera Brasileira


Todos irmãos, indivíduos diferentes, visões diferentes, mas todos por uma causa, até mesmo os policiais, que são trabalhadores oprimidos pelo sistema.










segunda-feira, 17 de junho de 2013

Essa imagens falam de humanidade. Povo cansado da opressão, da enganação dessa ditadura que cai sobre as classes mais pobres, oriundas da elite dominante, que não quer perder seus privilégios e passa por cima de todos. Precisamos dar um basta nisso. Aos poucos seremos mais humanos...




Desperta Brasil. O brasileiro não foge à luta. O povo brasileiro está acordando e se conscientizando que as conquistas se dão com lutas. É a primavera brasileira


Por que a mídia brasileira não mostra imagens como essa das manifestações de estudantes em São Paulo?

quarta-feira, 27 de março de 2013


ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ITAJUBÁ
CURSO: ENSINO MÉDIO
PROFESSOR: VITOR MARCELO VIEIRA


PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA 2º E 3º ANOS DO ENSINO MÉDIO


1 OBJETIVO GERAL DO CURSO DE HISTÓRIA


Antes de relacionar alguns dos conceitos estruturadores da disciplina, é importante mencionar a historicidade desses conceitos, entendidos como instrumentos ou, usando uma imagem, como “lentes” através das quais estudamos e nos posicionamos em relação ao passado e ao presente. O passado pode ser definido como uma série de eventos que tiveram lugar num momento anterior àquele que a consciência das pessoas identifica como momento presente. O passado é, portanto, aquilo que não está, aquilo que não existe mais, mas “sabe-se” que um dia existiu. Conforme um historiador: Todo ser humano tem consciência do passado […] em virtude de viver com pessoas mais velhas. Provavelmente todas as sociedades que interessam ao historiador tenham um passado, pois mesmo as colônias mais inovadoras são povoadas por pessoas oriundas de alguma sociedade que já conta com uma longa história.
Ser membro de uma comunidade humana é situar-se em relação ao seu passado (ou da comunidade), ainda que para rejeitá-lo. O passado é, portanto, uma dimensão permanente da consciência humana, um componente inevitável das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana (Hobsbawn, 1998, p. 22). O passado pode ser utilizado como padrão para determinadas sociedades que procuram reproduzir ou conservar em seu cotidiano as “velhas formas do viver”; e pode também ser usado como um guia de orientação para sociedades que enfrentam pequenas ou grandes mudanças e necessitam de modelos ou exemplos. O passado pode ainda ser invocado para justificar ou apoiar determinadas reivindicações ou para explicar algumas mudanças ou a necessidade delas. De qualquer modo, o passado está intrinsecamente relacionado com o presente, e é nele que os historiadores, na prática de seu ofício de reconstituir o passado ou construir o conhecimento histórico, encontram as “lentes” com que olham para o passado

2 JUSTIFICATIVA

Como se aprende História? Como se ensina História?
Não se aprende História apenas no espaço escolar. As crianças e jovens têm acesso a inúmeras informações, imagens e explicações no convívio social e familiar, nos festejos de caráter local, regional, nacional e mundial. São atentos às transformações e aos ciclos da natureza, envolvem-se com os ritmos acelerados da vida urbana, da televisão e dos videoclipes, são seduzidos pelos apelos de consumo da sociedade contemporânea e preenchem a imaginação com ícones recriados a partir de fontes e épocas diversas. Nas convivências entre as gerações, nas fotos e lembranças dos antepassados e de outros tempos, crianças e jovens socializam-se, aprendem regras sociais e costumes, agregam valores, projetam o futuro e questionam o tempo.
Rádio, livros, enciclopédias, jornais, revistas, televisão, cinema, vídeo e computadores também difundem personagens, fatos, datas, cenários e costumes que instigam meninos e meninas a pensarem sobre diferentes contextos e vivências humanas. Nos Jogos Olímpicos, no centenário do cinema, nos cinqüenta anos da bomba de Hiroshima, nos quinhentos anos da chegada dos europeus à América, nos cem anos de República e da abolição da escravidão, os meios de comunicação reconstituíram com gravuras, textos, comentários, fotografias e filmes, glórias, vitórias, invenções, conflitos que marcaram tais acontecimentos.
Os jovens sempre participam, a seu modo, desse trabalho da memória, que sempre recria e interpreta o tempo e a História. Apreendem impressões dos contrastes das técnicas, dos detalhes das construções, dos traçados das ruas, dos contornos das paisagens, dos desenhos moldados pelas plantações, do abandono das ruínas, da desordem dos entulhos, das intenções dos monumentos, que remetem ora para o antigo, ora para o novo, ora para a sobreposição dos tempos, instigando-os a intuir, a distinguir e a olhar o presente e o passado com os olhos da História. Aprendem que há lugares para guarda e preservação da memória, como museus, bibliotecas, arquivos, sítios arqueológicos. Entre os muitos momentos, meios e lugares que sugerem a existência da História, estão, também, os eventos e os conteúdos escolares. Os jovens, as crianças e suas famílias agregam às suas vivências, informações, explicações e valores oferecidos nas salas de aula. É, muitas vezes, a escola que cria estímulos ou significados para lembrar ou silenciar sobre este ou aquele evento, esta ou aquela imagem, este ou aquele processo.
Algumas das informações e questões históricas, adquiridas de modo organizado ou fragmentado, são incorporadas significativamente pelo adolescente, que as associa, relaciona, confronta e generaliza. O que se torna significativo e relevante consolida seu aprendizado. O que ele aprende fundamenta a construção e a reconstrução de seus valores e práticas cotidianas e as suas experiências sociais e culturais. O que o sensibiliza molda a sua identidade nas relações mantidas com a família, os amigos, os grupos mais próximos e mais distantes e com a sua geração. O que provoca conflitos e dúvidas estimula-o a distinguir, explicar e dar sentido para o presente, o passado e o futuro, percebendo a vida como suscetível de transformação. É preciso diferenciar, entretanto, o saber que os alunos adquirem de modo informal daquele que aprendem na escola. No espaço escolar, o conhecimento é uma reelaboração de muitos saberes, constituindo o que se chama de saber histórico escolar. Esse saber é proveniente do diálogo entre muitos interlocutores e muitas fontes e é permanentemente reconstruído a partir de objetivos sociais, didáticos e pedagógicos.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral: Desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas que conduzam à apropriação, por parte dos alunos, de um instrumental conceitual – criado e recriado constantemente pela disciplina científica –, que lhes permita analisar e interpretar as situações concretas da realidade vivida e construir novos conceitos ou conhecimentos.

3.2 Objetivos específicos
- utilizar fontes históricas em suas pesquisas escolares;
-Perceber que o objeto da História não é o passado; seu objeto é o homem, ou melhor, os homens, mais precisamente “homens no tempo”;

4 CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DO ENSINO MÉDIO

Temas
1. O cidadão e o Estado
2. Cidadania e liberdade
3. Cidadania e etnia
• A definição da cidadania
– Cidadania ateniense
– Cidadania do século XVIII: Revolução Francesa
• Participação política
– Atenas: participação direta dos iguais
– Brasil republicano: participação indireta dos desiguais
• A luta pela liberdade
– Rebelião de escravos na Roma antiga
– Rebeliões e resistências dos escravos no Brasil do século XIX
• Liberdade para lutar
– Movimentos negros nos EUA: a luta pelos direitos civis
– Movimentos negros no Brasil: contra discriminação, por trabalho e educação
• Lutas por autonomia
– Estratégias terroristas: ETA e IRA
– Estratégias da guerra: Guerra da Iugoslávia e/ou guerras étnicas no continente africano
• Direito de expressão
– O direito à beleza: arte e moda étnicas
Cidadania: diferenças e desigualdades
O conceito de Estado
• Transformação histórica do conceito
– Reinos europeus e monarquias absolutistas
– Revolução Francesa e Revolução Americana
• Princípios, doutrinas e ideologias
– Princípio das nacionalidades
– Liberalismo e nacionalismo

5 METODOLOGIA

É importante que o professor sempre explicite sua proposta de trabalho para os estudantes e retome, algumas vezes, a proposta inicial a fim de que eles possam decidir sobre novos procedimentos no decorrer das atividades. Assim, por exemplo, é a problemática inicial que orienta a escolha das fontes de informação que são mais significativas. Entre as pesquisas realizadas, algumas podem ser descartadas e outras confrontadas em um processo de avaliação da importância de suas informações. Imagens podem ser selecionadas entre as muitas recolhidas, para reforçarem argumentos defendidos ou por revelarem situações não imaginadas. Textos sobre episódios do passado podem ser organizados para demonstrarem a especificidade no modo de pensar da época e exemplificarem conflitos entre grupos sociais.
Consideraremos, portanto, o tempo como construção humana e o tempo histórico como construção cultural dos povos em diferentes épocas e espaços. No início do nosso texto usamos as palavras de Hobsbawn para afirmar que todos os seres humanos têm consciência do passado. Entretanto, para as diversas culturas, o passado pode ter sentidos diferentes correspondentes às diferentes maneiras de vivenciar e apreender o tempo e de registrar sua duração e a sucessão dos eventos – e que podem ser incluídos como objetos de estudos históricos.

6 AVALIAÇÃO

No processo de avaliação é importante considerar o conhecimento prévio, as hipóteses e os domínios dos alunos e relacioná-los com as mudanças que ocorrem no processo de ensino e aprendizagem. O professor deve identificar a apreensão de conteúdos, noções, conceitos, procedimentos e atitudes como conquistas dos estudantes, comparando o antes, o durante e o depois. A avaliação não deve mensurar simplesmente fatos ou conceitos assimilados. Deve ter um caráter diagnóstico e possibilitar ao educador avaliar o seu próprio desempenho como docente, refletindo sobre as intervenções didáticas e outras possibilidades de como atuar no processo de aprendizagem dos alunos.

BIBLIOGRAFIA

BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec; Brasília: Universidade de Brasília, 1987.


BENJAMIN, W. Sobre o conceito da História. In: Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. 3. ed. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987.


BRAUDEL, F. História e Ciências Sociais. Trad. Rui Nazaré. 5. ed. Lisboa: Presença,
1986.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. Trad. Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 1994.

 CHARTIER, R. A História cultural: entre práticas e representações. Trad. Maria Manuela

 ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e civilização. Rio de Janeiro: Zahar,
1993. (sinopse) pp. 193-249.

FERRO, M. Há uma visão fílmica da história? In: Uma lição de História de Fernand Braudel.

 HOBSBAWM, E. Nações e nacionalismo desde 1780. Programa, mito e realidade. Trad. Maria Célia Paoli e Anna Maria Quirino. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

 HOBSBAWM, E. e RANGER, T. A invenção da tradição. Trad. de Celina Cardim
Cavalcante. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

 HUNT, L. A nova História cultural. Trad. Jefferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes,
1992.

 LE GOFF, J. História e memória. Trad. Bernardo Leitão et alii. Campinas: Unicamp, 1990.

LEFEBVRE, H. A vida cotidiana no mundo moderno. Trad. Alcides João de Barros. São Paulo: Ática, 1991.

 LE GOFF. Jacques. As raízes medievais da Europa. Petrópilis: Vozes, 2007.


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec/MEC), 1999



sábado, 2 de março de 2013

EEB. SARA CASTELHANO KLEINKAUF
Área: 
Área de Ciências Humanas
Curso: 
 ENSINO MÉDIO INOVADOR
Componente Curricular: 
 SOCIOLOGIA
Turmas: 
 111, 112, 113, 114, 115, 221, 222, 223
Professor (a): 
Vitor Marcelo Vieira




PLANO DE ENSINO

1. EMENTA

Problematização e alguns conceitos, dinâmica e naturalização do sistema capitalista. A relação entre indivíduo e sociedade. Marx, Durkheim e Weber: vida, obra e teorias sociológicas clássicas sobre o Estado. O trabalho e as sociedades humanas. A estrutura social e as desigualdades. Conceitos e o surgimento da Sociologia, enquanto instrumento de observação da sociedade. A transformação da Sociologia em ciência no século XIX.
A construção do estado capitalista liberal e o estado moderno. A luta operária e as conquistas cidadãs. O conhecimento científico e as ciências sociais. A epistemologia como processo crítico do pensamento científico e seus desdobramentos nas análises sobre as sociedades. Os movimentos sociais contemporâneos. Gênero, sexualidade e poder. Identidades sexuais e de gênero. Masculinidades e feminilidades. Organização social e diferentes concepções de família.


2. JUSTIFICATIVA

Abordar a ementa permite situar o estudante na perspectiva da construção social do capitalismo e sua determinação e as formas históricas da concentração do capital. O estudo dos autores clássicos é fundamental para o conhecimento dos fundamentos da Ciência Política Moderna com influência direta nos autores contemporâneos. Ao estudá-los o estudante adquire base teórica para entender e interpretar melhor a sociedade capitalista ocidental e as questões do Estado e sua relação com o Estado brasileiro.

3 OBJETIVO GERAL

- Possibilitar ao estudante de ciências sociais um aprofundamento de temas e conceitos à respeito da dinâmica expansiva do capital.

4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1º Anos EMI

1º Bimestre
- Expor o contexto do surgimento da Sociologia;
- A produção social do conhecimento;
- Conceitos sobre o capitalismo nas suas origens e na contemporaneidade:
- A sociedade dos indivíduos;

2º Bimestre
- A relação entre sociedade e indivíduo;
- Os clássicos da Sociologia: Karl Marx e as classes sociais; Émile Durkheim e as instituições e o indivíduo; Max Weber e a ação social;

3º Bimestre
- Norbert Elias e a sociedade dos indivíduos;
- O trabalho e as sociedades humanas;
4º Bimestre
- A estrutura social e as desigualdades;
As desigualdades sociais no Brasil:


2º Anos EMI

1º Bimestre
- O Estado Moderno e a construção do estado liberal;
- As teorias sociológicas clássicas sobre o Estado.

2º Bimestre
- Poder, política e Estado no Brasil;
- A democracia no Brasil.

3° Bimestre
- Direito, cidadania e movimentos sociais;
- A cultura enquanto significado e o etnocentrismo;
- A dominação pela ideologia.

4º Bimestre
- Os clássicos da Sociologia e a mudança;
- Augusto Comte e o Positivismo;
- Marx e a crítica à economia política.


5. METODOLOGIA
Aulas expositivas e dialogadas; encaminhamento de pesquisas empíricas
Seminários com leitura prévia dos textos; exibição de filmes relacionados à temática.

6 AVALIAÇÃO
A avaliação é um momento importante do processo ensino-aprendizagem. Formalmente, consistirá em quantitativa e qualitativa. A qualitativa levará em conta a leitura e discussão dos textos, assiduidade, participação nos encaminhamentos propostos. A quantitativa consistirá em trabalho (resenhas, sínteses, pesquisas, apresentação de texto por grupo de estudantes, etc.), e uma prova sem consulta.


7 REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zigmunt. Modernidade Líquida. Rio de JANEIRO: Jorge Zahar Editor, 2001.

BORDIEU, Pierre. Escritos de Educação: seleção, organização, introdução e notas de Maria Alice Nogueira e Afrânio Catani. Petrópolis: Vozes, 1998.

ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 1994.

ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: formação do Estado e civilização. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 1993.

FONTES, Virgínia. O Brasil e o capital-imperialismo: Teoria e História. Rio de Janeiro. Ed. UFRJ/Ed. EPSJV-Fiocruz, 2010.

MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo, SP. Brasiliense, 1994.

SENNET, Richard. O Declínio do Homem Público: as tiranias da intimidade. Tradução Lygia Araújo Watanabe. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

ROMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2010