terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Pesquisadora quer analisar coração de D. Pedro I



Médicos envolvidos no estudo afirmam que com a necropsia seria possível aprofundar as hipóteses da causa mortes do monarca
O próximo passo do estudo da historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, revelado com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, é analisar o coração de Dom Pedro I, que está na cidade do Porto, em Portugal. Por decisão testamentária, o coração foi doado à Igreja da Lapa, onde é mantido como relíquia na capela principal.
Na primeira fase da pesquisa, Valdirene exumou restos mortais do imperador e de suas duas mulheres, Leopoldina e Amélia, guardados na cripta do Monumento à Independência, no Ipiranga, zona sul da cidade de São Paulo. O material passou por exames na Faculdade de Medicina da USP, que revelaram, entre outras coisas, que Dona Amélia está mumificada.
Médicos envolvidos no estudo veem com entusiasmo a análise do coração. "A partir de uma amostra pequena, de 5 mm, já seria possível aprofundar as hipóteses da causa mortis de Dom Pedro", diz o médico Paulo Hilário Saldiva, chefe do Departamento de Patologia da USP.
Com esse tecido, especialistas poderiam tentar saber, por exemplo, se o imperador teve ou não sífilis, como historiadores afirmam. "Pelo vídeo que vimos, é possível perceber que o coração é maior do que o normal. Isso pode ser decorrência de alguma doença, como de Chagas. Ou de um problema reumático. É preciso analisar."
Em breve, um pedido formal deve ser feito à prefeitura do Porto e à Venerável Ordem de Nossa Senhora da Lapa, que administra a igreja. Segundo Valdirene, será apresentado um projeto detalhado e, dependendo da receptividade, pesquisadores poderão solicitar a vinda do órgão ao Brasil para tomografia na Faculdade de Medicina da USP.

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